A direção do Benfica assediou e levou Jorge Jesus em julho de 2020, embora ele ainda tivesse contrato até junho de 2021. Direção do Flamengo assedia de forma aberta técnicos portugueses empregados
“Eu acho esta vinda dos dirigentes do Flamengo a Portugal um autêntico disparate (absurdo). Um disparate e uma falta de respeito por tudo e todos. Não faz sentido nenhum, com uma competição profissional como a nossa em andamento, que se faça dos portugueses e do futebol português uma coisa assim, do terceiro mundo. Isso é uma coisa de terceiro mundo.”
“Com essas declarações de ‘ir tomar um cafezinho’. Isto não é o futebol profissional.”
“Estas coisas (negociações), normalmente, entre atores e países de futebol de centro, é uma coisa que pressupõe recato, respeito. Tudo isso que estamos assistindo parece circo. Uma coisa teatral, de cinema. Que faz com uma vontade extraordinária. Chegam aqui e parece que montam um leilão de treinadores portugueses.”
Este comentário do jornalista da CNN Portugal, Rui Santos, mostra o desconforto da imprensa portuguesa com a presença do vice-presidente do Flamengo, Marcos Braz, e de Bruno Spindel, diretor executivo.
Os dois têm feito reuniões, ironicamente chamadas de ‘cafezinhos’ com técnicos portugueses, para escolher quem comandará o Flamengo em 2022.
A preferência é óbvia: tirar Jorge Jesus do Benfica.
Eles já fizeram reunião com Paulo Sousa, técnico da Polônia. A direção do Internacional também gostou da escolha e fez proposta ao treinador. Hoje a dupla conversa com Carlos Carvalhal, do Braga.
Enquanto isso, os contatos com Jorge Jesus são constantes.
Jorge Jesus voltou ao Benfica em 2020. Virou as costas ao contrato vigente com o Flamengo
BENFICA
Marcos Braz não deixou por menos a crítica ao assédio do Flamengo a treinadores portugueses.
“O Jorge tem contrato com o Benfica, mas isso não é um problema, pois quando ele estava no Flamengo e tinha contrato, o Luís Filipe Vieira (ex-presidente do Benfica) também foi lá. Mas, desde que estou aqui em Lisboa, em nenhum momento estive com o Jorge.”
“Provavelmente vou estar, tomar um café com ele pela relação que temos”, disse ao jornal O Jogo.
Ou seja, Marcos Braz deixou claro que está fazendo apenas o mesmo que o Benfica fez.
Tirou Jorge Jesus da Gávea, em julho de 2020, mesmo com contrato até junho de 2021.
E a imprensa portuguesa não chamou de ‘circo do Terceiro Mundo’.
O que valeu para o clube português, vale para o brasileiro…
FONTE:R7