Cem botijões de gás de cozinha de 13 kg serão vendidos a R$ 73 nesta quinta-feira (14) em Manaus. O desconto faz parte de uma ação de organizações da sociedade civil para chamar a atenção da população para o PPI (Preço de Paridade de Importação), política defendida pelo governo para a Petrobras calcular o valor dos combustíveis no Brasil.
Em Manaus, os botijões serão vendidos na revendedora Bruno Gás, na Rua Thomas Edson, 33, bairro Planalto, zona oeste, a partir de 8h. Para ganhar o desconto, os interessados deverão realizar cadastro para retirada do cupom na própria revendedora nesta quarta-feira (13), a partir das 15h. O cadastro será feito pelo Sindipetro (Sindicato dos Petroleiros do Amazonas).
Promovida pelo OSP (Observatório Social da Petrobrás) e pela FNP (Federação Nacional dos Petroleiros), a ação ocorre nos estados do Amazonas, São Paulo, Rio de Janeiro de Alagoas, com 850 botijões de gás de cozinha a preço menor. Segundo as entidades, o valor chega a ser 51% menor do que o preço máximo praticado no mercado.
De acordo com levantamento da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), na semana de 3 a 9 de abril, em alguns municípios de Santa Catarina, Mato Grosso, Rondônia e Pará, o botijão de 13 quilos de GLP (Gás Liquefeito de Petróleo), o gás de cozinha, era vendido a R$ 150. No Amazonas, o preço chegou a R$ 140 (Parintins).
Gás sem PPI
Batizada de “Dia Nacional do Gás a Preço sem PPI”, a ação faz parte da campanha “Petrobrás para os brasileiros”, que luta contra a política de paridade de importação. O PPI mantém os preços nas refinarias da estatal alinhados com os do mercado internacional, levando em conta a variação cambial, o valor do barril do petróleo e os custos com importação.
“Por causa do PPI, os combustíveis são vendidos no Brasil como se fossem produto importado. E isso é uma contradição absurda, já que produzimos cerca de 80% de todo combustível consumido em nosso país e importamos apenas 20%”, afirma o secretário geral da FNP, Adaedson Costa.
Custo mais justo
O valor de R$ 73 do botijão de gás foi definido pelo Ibeps (Instituto Brasileiro de Estudos Políticos e Sociais), baseado em uma análise da estrutura real de custos da Petrobrás, sem o PPI, e mantendo o lucro dos distribuidores, revendedores e da estatal. O economista Eric Gil Dantas, do OSP e do Ibeps, defende a comercialização do produto sem a política de preços.
“O preço sem PPI é necessário e possível de ser praticado. A atual estrutura de custos da Petrobrás permite cobrar valores bem mais em conta para os brasileiros. O pré-sal nos deu grande quantidade de insumos a baixos custos, que podem ser transformados em combustível e GLP, graças ao nosso grande parque de refino”, afirma Dantas.
Ação solidária
A ação será realizada pelos sindicatos que compõem a FNP, em Manaus, nas cidades paulistas de São José dos Campos, Cubatão e São Sebastião, no Rio de Janeiro (RJ) e em Maceió (AL). As pessoas vão receber cupons, que darão direito desconto para a compra de uma unidade de botijão de gás. Para a retirada do botijão cheio é necessário entregar outro recipiente, vazio.
De acordo com os organizadores da ação, durante a ação solidária haverá bate-papo com os moradores e distribuição de materiais impressos com explicações sobre o preço do gás de cozinha sem PPI. As entidades também afirmam que só neste ano, o GLP já aumentou 11%, o equivalente a R$ 11,26.
FONTE: ATUAL