Políticos do Amazonas se voltam contra Bolsonaro após quebra de acordo sobre IPI

 (Foto: Alan Santos/PR)

Políticos do Amazonas, mesmo aliados do presidente Jair Bolsonaro (PL), se voltaram contra ele depois que o mandatário descumpriu o acordo firmado com o governador Wilson Lima (União Brasil) e editou decreto de redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) sem excluir da lista os produzidos na Zona Franca de Manaus.

A promessa foi feita em 9 de março, em encontro no palácio do Planalto entre Wilson Lima e Bolsonaro. A maioria concorda que a quebra do compromisso contraria o acordo feito com o governo do estado e com a bancada federal e coloca em risco a economia regional.

Filiado ao Republicanos, partido da base política do presidente, Silas Câmara disse lamentar a decisão do presidente e da equipe econômica. “No meu entendimento, estava claro que existia um compromisso e um acordo de o decreto ser reformatado, mantendo as vantagens comparativas da Zona Franca de Manaus”.

Ao apontar os prejuízos para as fábricas e seus empregados, Silas disse que ainda acredita em uma solução política. “Tenho convicção absoluta que haverá prejuízo às indústrias e aos mais de 500 mil empregos gerados, diretamente e indiretamente no Amazonas. Espero que ainda haja possibilidade e decisão política de reverter o decreto”.

“Todos sabemos que a ZFM é o melhor e mais exitoso modelo de desenvolvimento econômico regional e que também é a maior causa de sobrevivência da Floresta Amazônica”, disse Câmara.

O senador Plínio Valério (PSDB), outro aliado de Bolsonaro, disse que o decreto da redução de IPI foi “editado na calada da noite, sem salvaguardas para a Zona Franca” e que “descumpre acordo com a bancada do Amazonas”, combinado entre o presidente Jair Bolsonaro, parlamentares e o governador Wilson Lima.

“Nós, do Amazonas, não somos contra a redução de impostos para o resto do país, onde as empresas tem facilidades de logística, infraestrutura de transportes e outros benefícios. O que queremos e exigimos é que as prerrogativas tributárias constitucionais da ZFM sejam respeitadas”, disse Plínio.

O senador afirmou ser “inexplicável o esforço do ministro da Economia, Paulo Guedes, em, a cada decisão, enfraquecer mais e mais o projeto”, diante das limitações ambientais no estado, que prejudica o desenvolvimento de outra matriz econômica.

O deputado Bosco Saraiva (Solidariedade), que se diz independente, afirmou que “as medidas de redução do IPI, sem excetuar os produtos da Zona Franca de Manaus, são um golpe mortal no nosso modelo econômico e registra o mais pesado ataque ao Parque Industrial de Manaus em toda história da Zona Franca”. “O bom povo e consciente do Amazonas há de reagir contra esse ataque”, disse.

No início da tarde deste sábado (16), o senador Eduardo Braga (MDB) postou vídeo em sua conta do Twitter, sobre os perigos que o decreto representa para a economia do Amazonas.

FONTE AMAZONAS ATUAL

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