Com energia solar, 4,9 mil consumidores no interior do Amazonas se livram de tarifa

 (Foto: José Cruz/ABr)

A geração própria de energia solar chegou a 33 municípios amazonenses até maio deste ano, segundo dados da Absolar (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica). Os 4,9 mil consumidores que decidiram investir em painéis fotovoltaicos no Amazonas estão concentrados no leste do estado, em cidades próximas a Manaus.

Com a publicação do novo marco legal da geração própria de energia renovável (Lei nº 14.300/2022), em janeiro deste ano, o setor tem expectativa de elevar a presença da fonte solar na região. A norma prevê a cobrança de tarifa pelo uso da estrutura da rede para armazenar a energia excedente, que é utilizada quando as placas não estão gerando energia.

Além do aumento nas tarifas de energia elétrica em todo o país neste ano, as fabricantes citam como motivo para adesão do consumidor à energia solar o subsídio garantido na nova lei a quem solicitar o serviço até janeiro de 2023. Atualmente, quem gera a própria energia não paga tarifa pelo custo de distribuição. A lei manteve esse benefício até 2045.

Apesar de as fabricantes afirmarem que a nova lei dá “mais segurança jurídica aos consumidores e ao setor”, especialistas apontam que a cobrança da tarifa pode inibir o avanço da energia solar no país. Isso porque a procura no país ainda é baixa e o setor terá que criar estratégias para convencer os clientes que ainda é lucrativo o uso da energia solar.

Para Absolar, a lei garantiu o direito dos consumidores de gerar e usar a sua própria energia elétrica a partir de fontes renováveis, como sistemas solares nos telhados de residências, propriedades rurais e prédios públicos. “Isso cria um ambiente mais estável e equilibrado para o crescimento da geração de energia elétrica a partir de fontes renováveis no país”, disse.

No Amazonas, a energia solar já chegou aos municípios de Iranduba, Parintins, Itacoatiara, Novo Airão, Humaitá, Manacapuru, Eirunepé, Presidente Figueiredo, Rio Preto da Eva e Coari. O estado possui atualmente 60,3 megawatts (MW) de potência instalada, somando sistemas em residências, comércios, indústrias, propriedades rurais e prédios públicos.

Neste mês, a energia solar atingiu a marca histórica de 10 gigawatts (GW) de potência instalada em telhados, fachadas e pequenos terrenos de residências, comércios, indústrias, produtores rurais, prédios públicos no Brasil, o que equivale a 71,4% da capacidade da usina hidrelétrica de Itaipu, segundo mapeamento da Absolar.

O país tem mais de 930 mil sistemas solares fotovoltaicos conectados à rede, trazendo economia e sustentabilidade ambiental para mais de 1,1 milhão de unidades consumidoras. Desde 2012, foram mais de R$ 52,4 bilhões em novos investimentos, que geraram mais de 300 mil empregos acumulados no período, espalhados em todas as regiões do Brasil.

Embora tenha avançado nos últimos anos, o Brasil – detentor de um dos melhores recursos solares do planeta – continua atrasado no uso da geração própria de energia solar. Dos mais de 89 milhões de consumidores de energia elétrica do País, apenas 1,3% já faz uso do sol para produzir eletricidade, limpa, renovável e competitiva.

Para a Absolar, 2022 poderá ser o melhor ano da energia solar já registrado no Brasil desde 2012, com o maior crescimento do mercado e do setor na última década. De acordo com análise da entidade, a geração própria de energia solar seguirá crescendo a passos largos e deverá praticamente dobrar sua potência operacional instalada.

De acordo com a entidade, a tecnologia solar fotovoltaica já está presente em mais de 5.470 municípios e em todos os estados brasileiros, sendo que os estados líderes em potência instalada são, respectivamente: Minas Gerais, São Paulo, Rio Grande do Sul, Mato Grosso e Paraná.

“A energia solar terá função cada vez mais estratégica para o atingimento das metas de desenvolvimento econômico e ambiental do País, sobretudo neste momento, para ajudar na recuperação da economia, já que se trata da fonte renovável que mais gera empregos no mundo”, aponta o CEO da Absolar, Rodrigo Sauaia.

A fonte solar lidera o segmento, com mais de 99,9% das instalações do país. Em número de sistemas instalados, os consumidores residenciais estão no topo da lista, com 77,3% das conexões. Em seguida, aparecem os pequenos negócios dos setores de comércio e serviços (12,7%), consumidores rurais (7,7%), indústrias (2,0%) e o poder público (0,3%).

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