No cenário político português, a retórica polarizada ganha destaque às vésperas das eleições legislativas marcadas para o próximo domingo (10/3). O líder do partido Chega, André Ventura, fez uma declaração polêmica em um comício realizado nesta quarta-feira, 6, afirmando que, caso eleito primeiro-ministro, o ex-presidente brasileiro Luís Inácio Lula da Silva não será bem-vindo em Portugal.
Ventura, conhecido por suas posições conservadoras e nacionalistas, afirmou categoricamente: “Se o Chega vencer as eleições legislativas no próximo domingo, a 25 de abril de 2024, o senhor presidente do Brasil, Luís Inácio Lula da Silva, não vai entrar em Portugal. Nós não vamos deixar que entre em Portugal”.
Ventura justificou sua posição afirmando que em Portugal ainda é o povo quem decide quem pode entrar no país, acrescentando: “Neste país ainda mandamos nós e neste país ainda escolhemos nós quem vem e quem não vem. Corruptos já temos cá muitos, não precisamos que venham mais de fora”.
Este não é o primeiro embate entre Ventura e Lula. Em 2023, durante uma visita oficial do ex-presidente brasileiro a Portugal, o partido Chega organizou um protesto em frente ao Parlamento português, manifestando sua oposição à presença de Lula na sessão comemorativa da Revolução dos Cravos. Na ocasião, Ventura foi o principal opositor ao discurso de Lula, reforçando sua posição em redes sociais ao afirmar que “o Chega não tem dúvidas: lugar de ladrão é na prisão”.