Aumentar vacinação de grupos de risco é desafio no combate à covid-19

Há exatos três anos, em 17 de janeiro de 2021, a enfermeira Mônica Calazans tornou-se a primeira brasileira a ser vacinada contra a COVID-19, recebendo a dose da Coronavac, desenvolvida pelo Instituto Butantan em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac. Atualmente, o foco é ampliar a cobertura vacinal, especialmente entre os grupos de risco, conforme analisam especialistas consultados pela Agência Brasil.

O médico infectologista Gonzalo Vecina Neto, ex-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), destaca que, embora a pandemia tenha sido “debelada”, o vírus ainda circula, resultando em mortes pela doença. “Continuam acontecendo mortes pela COVID-19. Então uma questão importante é atualizar o calendário vacinal”, alerta.

Vecina ressalta a importância da atuação da rede periférica de serviços de saúde pública durante a pandemia, especialmente a atenção primária, que conseguiu avançar significativamente na imunização da população. Apesar de enfrentar obstáculos como o negacionismo, a expansão da vacinação contribuiu para controlar a pandemia.

A enfermeira Mônica Calazans, primeira pessoa vacinada no Brasil, compartilhou sua experiência, destacando a emoção do momento. “Eu lembro do momento com muita emoção, me traz a memória [de que] naquele momento a gente estava saindo de uma situação por conta da vacina”, relembra. Ela destaca a importância de representar a esperança diante da COVID-19.

Ao comparar os momentos mais críticos da pandemia com o atual, Calazans destaca a mudança de cenário, permitindo interações mais próximas. No entanto, enfatiza a necessidade contínua de vacinação contra a COVID-19.

O infectologista Gonzalo Vecina Neto ressalta a baixa cobertura de vacinação em crianças e a importância de atualizar as doses para garantir proteção contra as novas variantes do vírus. Ele destaca que grupos vulneráveis, como idosos, crianças pequenas, gestantes e portadores de comorbidades, beneficiam-se da vacinação.

A infectologista Rosana Richtmann destaca a necessidade de uma abordagem anual, especialmente para os grupos de risco. Ela aponta que o Brasil deve considerar a aquisição de vacinas mais atualizadas para combater as variantes do vírus.

A vacinação infantil é outro desafio destacado por Richtmann, ressaltando a importância de incluir a vacinação de crianças contra a COVID-19 no Programa Nacional de Imunizações (PNI). Ela alerta para a vulnerabilidade das crianças pequenas, que não têm proteção adquirida e são consideradas um grupo de risco.

O Ministério da Saúde destaca o sucesso da Campanha Nacional de Vacinação contra a COVID-19, iniciada em janeiro de 2021, e menciona a estratégia de vacinação para grupos prioritários com a vacina bivalente, com recomendação de dose de reforço para maiores de 12 anos. A pasta enfatiza a importância de adequar as estratégias de vacinação conforme as novas variantes e a disponibilidade de imunizantes.

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