Após quase três meses, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, está programada para retornar ao Amazonas, gerando expectativas e desconfianças entre os moradores locais, especialmente após suas declarações controversas em relação ao asfaltamento de trechos da BR-319 (Manaus-Porto Velho). A visita da ministra está agendada para o município de São Gabriel da Cachoeira, situado a 852 quilômetros de Manaus, onde participará do Encontro Indígena na Política, nos dias 27 e 28, e possivelmente testemunhará o lançamento da candidatura a prefeito de Marivelton Baré pelo Rede Sustentabilidade.
São Gabriel da Cachoeira, a segunda cidade com a maior população indígena do Brasil, receberá o lançamento da Cartilha de Política em cinco línguas originárias, juntamente com a formalização do Elo Indígena da Rede.
Durante o evento, o Rede Sustentabilidade do Amazonas lançará a pré-candidatura de Marivelton Baré para o cargo de prefeito nas eleições deste ano, além de apresentar a Cartilha de Competências do Executivo e Legislativo Municipal em cinco línguas indígenas: Tikuna, Nheengatu, Kayapó, Wapichana e Guarani, com o objetivo de promover uma educação política acessível.
Além da presença de Marina Silva, o lançamento contará com a participação de Joenia Wapichana, presidente da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), e representantes de diversos povos indígenas, incluindo Marievelton Barroso, Vanda Witoto, Elias Marubo, Milena Kukama, André Baniwa, Ariene Susi, Mel Mura e Edson Kambebba.
Marivelton Rodrigues Barroso, líder indígena do povo Baré e presidente da Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (FOIRN), é o pré-candidato apoiado pelo Rede Sustentabilidade.
As declarações controversas da ministra Marina Silva sobre o asfaltamento da BR-319 foram alvo de críticas por parte do senador Omar Aziz (PSD) e do governador do Estado, Wilson Lima (União Brasil), que a consideraram retrógrada e defenderam a conclusão das obras da rodovia, vetadas por pareceres do Ibama, subordinado ao Ministério do Meio Ambiente.