Após denúncia de assédio e resgate de atletas, Holanda desiste de disputar o Amazonense Feminino

 

O Holanda comunicou a desistência de disputar o Campeonato Amazonense Feminino na tarde desta terça-feira (2), segundo um comunicado partindo da própria FAF. A decisão se deu após denúncias e escândalos envolvendo o então diretor de futebol feminino do clube, Jones Xavier, acusado de assediar atletas do clube e de faltar com as promessas feitas às mesmas.

O clube oficializou a desistência por meio do Ofício 029/2024, datado de 1º de julho de 2024, encaminhado ao presidente da FAF, Ednailson Rozenha.

 

O CASO

 

As jogadoras do Holanda contratadas para a disputa da competição denunciaram o diretor Jones Xavier de assédio sexual e também alegaram que o mesmo estaria impedindo as atletas de saírem da capital amazonense.

Além disso, de acordo com o relato de algumas jogadoras que conseguiram deixar a capital, o diretor e o clube não teriam cumpridos promessas feitas as atletas, deixando-as em situação de abandono, sem auxilio com alimentação ou qualquer outro tipo de suporte, incluindo as passagem para o retorno de suas cidades.

Uma das jogadoras, menor de idade, chegou a publicar em uma rede social um relato sobre tudo que passou e afirmou que foi até a delegacia denunciar o dirigente, após ele chamar ela para conversar e falar sobre a ida dela para a Europa, em troca de uma massagem.

“Esse diretor me chamou para sairmos, para conversar comigo. Chegando lá, me fez a seguinte proposta: “Eu pago tudo, te banco se você fizer uma massagem em mim e deixar eu fazer outra em ti. Na hora, sem reação, disse ok e pedi para me levar de volta para a Vila Olímpica, onde as outras meninas estavam. Em cima da moto, ele vira e me fala “Vou passar ali na farmácia”, perguntei para ele o motivo e ele me disse: “comprar um óleo, vai fazer no seco?”. Na mesma hora falei que ele estava maluco e pedi para me levar de volta para a Vila – escreveu uma das atletas.

A atleta de 17 anos morou em Manaus e participou dos treinos por dois meses e afirma que não chegou a receber.

A Federação Amazonense de Futebol se pronunciou e afirmou que iria realizar o resgate das jogadores que ainda não haviam conseguido sair da cidade e investigar o caso. Membros da entidade conseguiram entrar em contato com as atletas e às hospedaram em um hotel da capital amazonense. Nenhuma das atletas estão mais na capital.

Ao portal Esporte Manaus, a atleta Ana Beatriz agradeceu o empenho da FAF em apoiar as meninas que sofreram tais abusos. “Queremos agradecer à Federação Amazonense por estar nos abraçando, nos dando todo apoio e suporte que a gente necessita. Agora estamos mais calmas, pois estamos em segurança. Queremos que isso não se repita, que todas não se calem, assédio no esporte é crime, vocês precisam denunciar. Que isso seja um combustível para todas seguirem nesse caminho. O futebol feminino está em constante evolução. Não desistam, o caminho é difícil, é desvalorizado, mas a cada passo a gente alcança os nossos objetivos. E agradecemos mais uma vez pois estamos tendo um suporte maravilhoso da Federação, só temos a agradecer”, declarou.

*Com colaboração da assessoria de comunicação da FAF e informações da nossa parceira, Rádio Mix Amazônia

Foto: Reprodução/Instagram

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *