Emissora de rádio mais antiga do Norte do Brasil, Rádio Clube do Pará encerra transmissões no AM em Belém

 

Após a virada de segunda para a terça-feira, no início do mês de outubro, a Rádio Clube do Pará, tradicional emissora da capital Belém, desligará suas transmissões em amplitude modulada, no canal AM 690, após 96 anos de operações na fequência.

A medida se deu em vias de atender a migração de sinal em vigor desde 2013, de rádios AM para o FM. Em julho, a emissora havia encerrado sua parceria com a 104.7 FM, antes retransmissora da Rádio Onda Digital de Manaus, que servia de apoio no FM para a sua transmissão originada na faixa AM. Em agosto, ocorreu a estreia da 106.9 FM.

De acordo com o diretor-geral da rádio, Camilo Centeno, a Rádio Clube do Pará buscou, de forma gradativa, informar a audiência para sintonizar a programação de forma exclusiva no 106.9 FM, com a intenção de migrar os ouvintes que ainda estão acompanhando a emissora pela faixa AM.

 

Da era de ouro ao Esporte: a influência da emissora que levava o estado para o Brasil e o mundo

 

A Rádio Clube do Pará, conhecida pela sua marca PRC-5, começou suas transmissões em 22 de abril de 1928, apenas cinco anos após a inauguração da primeira rádio do Brasil, a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro. Inicialmente com o prefixo PRAF e o slogan “A voz do Pará”, a rádio ganhou notoriedade na década de 1930 quando Edgar Proença criou o famoso slogan “PRC5 – A voz que fala e canta para a planície”.

Este nome foi tão marcante que foi incorporado à razão social da emissora, hoje conhecida como Rádio Clube do Pará PRC5 Ltda., operando no prefixo 690 AM. Com 96 anos de atividades, a Rádio Clube do Pará tem uma programação diversificada, que inclui jornalismo, esportes, prestação de serviços e entretenimento.

Do início das operações à primeira metade dos anos 1980, a emissora fora administrada pela Família Proença, influente na capital paraense, que tempos depois a vendeu para o empresário Adolpho Bloch, dono da revista Manchete e da entinta Rede Manchete. Em 1993, foi integrada ao sistema da Rede Brasil Amazônia de Comunicação, de Jair Bernardino e, mais posteriormente, da Família Barbalho, funcionando no terceiro andar do prédio da RBA. A Rádio Clube do Pará possui um transmissor de 50 kW, o que permite que suas ondas médias alcancem toda a extensão do Pará.

Em junho de 2021, a Câmara Municipal de Belém tornou a Rádio Clube do Pará patrimônio cultural de natureza material e imaterial do município.

 

Foto: Divulgação

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