Ex-diretor do Ministério dos Direitos Humanos acusa Silvio Almeida de assédio e ameaça

 

O ex-diretor do Ministério dos Direitos Humanos, o sociólogo Leonardo Pinho, revelou em entrevista ao site Metrópoles ter sido vítima de assédio moral e ameaças por parte do ex-ministro Silvio Almeida. As declarações de Pinho trouxeram à tona episódios de tensão e abuso de poder dentro da pasta, criando uma nova polêmica em torno da gestão de Almeida. Procurado pelo portal de notícias, o ex-ministro não se pronunciou sobre as acusações.

Leonardo Pinho detalhou que o relacionamento entre ele e Silvio Almeida começou de forma amistosa, durante o processo de transição de governo, no fim de 2022. Naquela ocasião, Almeida o convidou para assumir a Diretoria de Promoção dos Direitos da População em Situação de Rua, cargo que Pinho aceitou com a perspectiva de trabalhar em uma causa sensível e importante. No entanto, com o tempo, a convivência entre os dois deteriorou-se, especialmente após divergências em relação a como determinadas situações deveriam ser conduzidas dentro do ministério.

Escalada de tensões

O ponto central do conflito entre Pinho e Almeida teria ocorrido em outubro de 2023, quando o ex-diretor recusou uma ordem direta do então ministro para gravar reuniões internas da equipe e encontros do Comitê Intersetorial de Acompanhamento e Monitoramento da Política Nacional para a População em Situação de Rua (Ciamp). A negativa de Pinho gerou um ambiente hostil, e o sociólogo relatou que foi alvo de gritos e xingamentos por parte de Almeida.

De acordo com o ex-diretor, o ministro “perdeu o controle” e passou a bater na própria mesa e no peito durante uma reunião. “Ele ficou irado e descontrolado”, disse Pinho na entrevista, destacando que a tensão aumentava a cada reunião, principalmente quando ele contrariava as decisões de Almeida. Segundo o sociólogo, a situação se agravou ainda mais quando ele mencionou queixas vindas do Ministério da Igualdade Racial, liderado por Anielle Franco, sobre o comportamento de Almeida em reuniões interministeriais. “O ministro ficou transtornado quando mencionei a Anielle”, revelou Pinho.

Problemas de saúde e ameaça

Além dos episódios de assédio moral, Leonardo Pinho relatou que o clima pesado dentro do ministério afetou sua saúde física e emocional. Ele confessou que chorou várias vezes após as reuniões tensas com o ex-ministro, e que os constantes ataques verbais e pressões o levaram a desenvolver problemas de saúde, embora não tenha especificado quais.

Pinho também afirmou que, em certo momento, Almeida fez ameaças veladas contra ele, o que aumentou ainda mais o estresse da situação. A relação entre os dois, segundo o ex-diretor, tornou-se insustentável, a ponto de ele se ver em um ambiente de trabalho tóxico e abusivo.

Até o momento, Silvio Almeida não se pronunciou sobre as alegações de Leonardo Pinho.

 

Foto: Divulgação

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