Candidatos querem mudar edital de concurso da polícia no AM para garantir classificação

(Foto: Erlon Rodrigues/PC-AM)

Candidatos que disputam os cargos de investigador e de escrivão do concurso da Polícia Civil do Amazonas se mobilizam para mudar o edital e garantir que as redações de pelo menos 2,2 mil concorrentes sejam corrigidas pela FGV (Fundação Getúlio Vargas). Eles alegam que há risco de as vagas não serem preenchidas.

O concurso oferece 200 vagas para o cargo de investigador, sendo 160 para ampla concorrência e 40 para pessoas com deficiência, e 62 vagas para o cargo de escrivão, das quais 49 são para ampla concorrência e 13 para pessoas com deficiência. Para ambos os cargos, a carga horária semanal é de 40 horas e o salário é de R$ 12,9 mil.

As provas objetiva e discursiva para esses cargos foram aplicadas no último dia 3 de abril. No dia 5 deste mês, a FGV (Fundação Getúlio Vargas), organizadora do certame, divulgou o gabarito preliminar e os candidatos puderam verificar quantos pontos alcançaram aproximadamente. O gabarito definitivo está previsto para ser divulgado no dia 28 de abril.

O edital do concurso prevê que os candidatos que acertarem, no mínimo, 48 questões serão considerados aprovados, mas também estabelece que, em ampla concorrência, só terão as provas discursivas corrigidas os aspirantes ao cargo de investigador que alcançarem até a 480ª colocação e os candidatos ao cargo de escrivão que chegarem até a 147ª colocação.

Kyldaren Antela, um dos representantes da comissão de candidatos que pleiteiam a mudança, explica que cerca de 900 candidatos alcançaram pontuação suficiente para serem considerados aprovados, mas, em razão dessa limitação prevista no edital, eles acreditam que não estarão entre os 627 da ampla concorrência que terão as redações corrigidas.

De acordo com Antela, para chegar a essa conclusão, os candidatos consideraram as informações de um site que cruza dados informados pelos próprios candidatos e aponta a provável classificação deles. “Nós temos um site que é especializado em rankeamento de pós-prova, o nome é ‘De olho na vaga’. Ele tem um algorítimo muito preciso”, disse.

“Nós cadastramos a nossa nota preliminar lá. De acordo com esse site, nós temos cerca de 1,9 mil pessoas cadastradas com gabarito lá. Ele gera um ranking. A gente já consegue perceber mais ou menos onde está a nossa colocação. Ela não vai variar muito. Essa curacidade nos dá um norte em que posição estamos”, completou Antela.

A prova discursiva, que é a segunda etapa do certame, pode garantir até dez pontos aos candidatos do concurso da Polícia Civil. Depois dela, os candidatos classificados irão fazer exames médicos, teste de aptidão física, avaliação psicológica, avaliação de títulos e sindicância de vida pregressa e investigação social.

No último dia 6 de abril, os candidatos formaram uma comissão para pressionar o Governo do Amazonas a revisar a regra do edital que prevê o limite de redações que serão corrigidas. O grupo propõe que sejam corrigidas 1,5 mil provas dos concorrentes ao cargo de investigador e 750 provas discursivas de candidatos ao cargo de escrivão.

Para Antela, a medida é necessária para que “as pessoas que estão fora do número de vagas tenham a redação corrigida e não sejam sumariamente eliminadas do certame”.

O grupo alega que, nas próximas fases, a estimativa de reprovação é de 40% a 60%. Para eles, existe a possibilidade de não serem preenchidos nem a metade dos cargos finais ofertados no edital. Por esse motivo, eles querem ampliar o número de candidatos que poderão ser classificados para a próxima etapa.

A comissão informou que está se reunindo com parlamentares e representantes sindicais ligados à Segurança Pública no Amazonas, na tentativa de chegar até o governador Wilson Lima para apresentar os estudos técnicos e sensibilizar o governador a autorizar a revisão no número de candidatos que prosseguirão para as próximas etapas.

Antela afirmou que os candidatos já sabiam dessa regra do edital antes de realizarem as provas e antes de formarem a comissão, mas não se mobilizaram para mudar as regras porque tinham esperança de ficar entre os 627 que teriam as redações corrigidas. “Todo mundo espera passar dentro do número de vagas”, disse o candidato.

Para ele, a medida é necessária para criação de cadastro reserva. “É uma praxe desse tipo de concurso, tanto da Polícia Rodoviária Federal como da Polícia Federal. Inclusive, o [presidente] Bolsonaro aprovou a nomeação de mais 500 policiais federais e rodoviários federais de cadastro de reserva que foi criado no último concurso”, disse Antela.

A comissão aponta que a folha de pagamentos do mês de março deste ano, disponível no Portal da Transparência, aponta que estão na ativa e em exercício apenas 207 delegados, 390 escrivães e 1.211 investigadores em todo o estado. Os dados demonstram um déficit imediato de, pelo menos, 498 delegados, 944 investigadores e 265 escrivães.

FONTE: AMAZONAS ATUAL

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