Caso Bruno e Dom: PF no AM pede transferência de ‘Colômbia’ para presídio de segurança máxima

“Colômbia” suspeito de mandar matar Bruno e Dom. — Foto: Divulgação

A Polícia Federal no Amazonas pediu à Justiça que Rubens Villar Coelho, conhecido como “Colômbia”, suspeito de ser o mandante dos homicídios do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips, seja transferido para um presídio de segurança máxima. A solicitação foi feita no início na noite desta quarta-feira (21).

“Colômbia” foi preso novamente nesta terça (20), no bairro Santa Etelvina, Zona Norte da capital amazonense, onde estava escondido. Ele havia sido solto após pagar uma fiança de R$ 15 mil, em outubro.

Por volta das 9h desta quarta, o suspeito ele foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) de Manaus, onde realizou exame de corpo de delito.

 

"Colômbia" realizou exame de corpo de delito no IML de Manaus. — Foto: Henrique Filho/Rede Amazônica

“Colômbia” realizou exame de corpo de delito no IML de Manaus. — Foto: Henrique Filho/

Segundo a PF, Colômbia é suspeito de chefiar uma quadrilha de pesca ilegal em áreas indígenas, em Atalaia do Norte, no interior do estado, onde aconteceu os assassinatos de Bruno e Dom, e também por usar documentos falsos.

A PF considera que ele oferece risco de fuga e é necessário que ele fique preso para não atrapalhar as investigações.

Descumprimento de decisão

 

Na decisão que decretou a prisão preventiva de Colômbia, o juiz Fabiano Verli informou que tem em mãos uma certidão do oficial de justiça atestando que no dia 6 de dezembro, o oficial procurou pelo acusado, para citá-lo e não conseguiu. Ele foi informado pela provável dona imóvel que ele não mora no local, que serviu de base para a soltura.

Ainda segundo a decisão, não há notícia do uso de tornozeleira eletrônica de rastreamento, pois a liberdade provisória só foi concedida sob a condição do uso de aparelho.

Na decisão, o juiz coloca que Colômbia “não parece estar agindo conforme os ditames da liberdade provisória concedida” e que “por isso é obrigado a revogá-la, sob pena de vulneração da ordem social e descrédito do Poder Judiciário” e que ele deverá ser recolhido preventivamente.

Conforme a PF, Colômbia será encaminhado para a audiência de custódia e, em seguida, regressará ao sistema prisional. A polícia também informou que irá solicitar o seu encaminhamento a um presídio federal de segurança máxima.

Prisão domiciliar

 

Colômbia seguiu para a prisão domiciliar em outubro e é obrigado a usar tornozeleira eletrônica. Ele também está proibido de viajar para fora do país e precisou entregar o passaporte para a Polícia Federal.

O Ministério Público Federal (MPF) chegou a recorrer da decisão, mas o juiz federal Fabiano Verli manteve, no dia 18 de outubro, a liberdade provisória do suspeito.

Ele também responde a outro processo que apura sua participação em organização criminosa armada e crimes ambientais.

Colômbia saiu da cadeia e foi conduzido ao Centro de Operações e Controle (COC) para a instalação da tornozeleira eletrônica, conforme determinação judicial.

Em julho, Colômbia foi detido em flagrante por uso de documentos falsos ao ser ouvido na delegacia de Tabatinga sobre suposta participação nos homicídios. Ele negou envolvimento com o crime. E, apesar de negar participação nos assassinatos, uma das linhas de investigação da PF é de que Colômbia, que também seria um traficante de drogas, compra pescado ilegal de criminosos da região.

O crime

 

Bruno e Dom desapareceram quando faziam uma expedição para uma investigação na Amazônia. Eles foram vistos pela última vez em 5 de junho, quando passavam em uma embarcação pela comunidade de São Rafael. De lá, seguiam para Atalaia do Norte. A viagem de 72 quilômetros deveria durar apenas duas horas, mas eles nunca chegaram ao destino.

Os restos mortais deles foram achados em 15 de junho. As vítimas teriam sido mortas a tiros e os corpos, esquartejados, queimados e enterrados. Segundo laudo de peritos da PF, Bruno foi atingido por três disparos, dois no tórax e um na cabeça. Já Dom foi baleado uma vez, no tórax.

A polícia achou os restos mortais dos dois após Amarildo da Costa Oliveira confessar envolvimento nos assassinatos e indicar onde estavam os corpos.

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