O que esperar do evento da Apple, que lançará novos iPhones nesta semana

Os convites para o dia 13 de outubro vieram acompanhados da frase “Oi, velocidade”, insinuando um muito cogitado upgrade que permitiria ao iPhone conectar com novas redes 5G, que estão sendo implementadas pelas operadores nos Estados Unidos e em outros países.

Apesar de ainda estar nascendo, o 5G promete entregar velocidades de conexão muito mais rápidas quando estiver totalmente implementado.

Além dos celulares, pode pavimentar o caminho para mais serviços conectados. Avanços como carros autodirigíveis, realidade virtual, tecnologias de cidade inteligente e robôs conectados podem ser possibilitados pela nova rede.

Apple (APPL) está de alguma forma atrasada no jogo do telefone 5G. O seu novo aparelho amplia uma lista de opções que inclui produtos de Google (GOOGL), Motorola (MSI), Samsung (SSNLF), Huawei, LG e outros.

O iPhone, no entanto, deve conseguir garantir o seu espaço nessa disputa graças à sua leal base de fãs, e alguns analistas esperam que o iPhone 5G provoque uma um “superciclo” de melhoras nos dispositivos, potencialmente levando mais pessoas que o normal a comprar o novo aparelho.

E o fato de que a rede 5G não está completamente onipresente significa que ainda há espaço para crescer nessa tecnologia.

Apenas 13% dos smartphones vendidos na primeira metade de 2020 tinham habilitação para o 5G e apenas 6% dos consumidores consideraria o 5G como fator primário de escolha na sua próxima compra de um telefone, afirma Ben Stanton, analista na empresas de pesquisas Canalys.

“A Apple não está atrasada demais para o 5G, já que os smartphones com o 5G ainda não tiveram uma adoção em massa”, disse Stanton ao CNN Business. “Parte das razões para isso é que o fator definitivo para convencer ao uso do 5G no celular ainda não surgiu.”

Quatro novos iPhones

A Apple deve dar aos seus clientes mais escolhas do que o comum em sua última linha de smartphones. A companhia está se preparando para lançar quatro novos modelos de iPhone na terça-feira (13), variando em uma margem de tamanho que vai de 5,4 polegadas até 6,7 polegadas, de acordo com analistas e fontes da imprensa.

A empresa se manteve nas linhas de lançamento com três iPhones nos últimos anos, com um modelo básico e dois mais caros, com mais câmeras e telas maiores.

Desta vez, um quarto, um modelo mais básico e com uma tela menor — o nome “iPhone 12 mini” circulou nos bastidores — poderiam ajudar a Apple a alcançar consumidores mais preocupados com o preço dos aparelhos, apesar de não estar claro como o novo produto competiria com o atual low-cost iPhone SE.

Apple fez um esforço sério para tornar o seu sistema mais competitivo em termos de preço nos últimos 12 meses”, diz o analista Ben Stanton. “Mas o grande desafio da Apple é o que ela precisa fazer para ser mais competitiva em preço sem diluir a sua imagem de uma marca premium.”

O produto top de linha da nova escala de iPhones pode também ter um grande atrativo, com a sua tela de 6,7 polegadas, que é ainda maior do que os 6,5 polegadas do iPhone 11 Pro Max.

“Em particular, nós estamos vendo a Apple e as suas fornecedores asiáticas anteciparam demanda para o modelo maior, o que está aumentando as expectativas gerais para o iPhone 12 em direção a esse lançamento que pode ‘um em uma década'”, disse o analista Dan Ives, da seguradora Wedbush, em uma nota a investidores na última semana.

A Webdush estima que 350 milhões dos 950 milhões de iPhones existentes no mundo podem ter uma atualização, o que tende a provocar um ciclo “dem precedentes”.

O último grande ciclo de atualizações do iPhone aconteceu em 2014, com o iPhone 6, diz Daniel Morgan, vice-presidente e gerente sênior de portfólio da Synovus, empresa de serviços financeiros. “Desde 2014, os novos iPhones lançados parecem mais ‘ondulações’ do que propriamente uma ‘onda'”, argumenta o executivo.

As vendas de iPhone caíram nos últimos anos, em razão de as pessoas estarem esperando mais tempo para trocar os modelos antigos, apesar da Apple ter conseguido reduzir essa tendência parcialmente em 2020, com o iPhone 11.

Olhos no preço

A estratégia de preço da Apple para a nova linha de iPhones será provavelmente um dos assuntos mais discutidos. Nos últimos anos, a batalha da companhia contra a Samsung por usuários de smartphones premium levou a preços exorbitantes que seriam impensáveis para dispositivos anteriores.

O atual modelo top de linha da Apple, o iPhone 11 Pro Max, começa a partir de US$ 1.099 e o Samsung Galaxy S20+ 5G custa US$ 1.199 — apesar de a Samsung também ter lançado smartphones dobrados custando na casa dos US$ 2.000.

Ambas as companhias lançaram modelos low-cost dos seus smartphones nos últimos meses. E outros rivais, como OnePlus e Google, aparentam ter parado de competir na luta pelo mercado de alto padrão de smartphones.

A Apple pode usar as ferramentas 5G para justificar um preço levemente mais alto para o iPhone 12, mas o fato de lançar mais do que três variações do novo aparelho pode significar que a oferta de celulares mais baratos também está nos planos.

Uma última coisa

Quando o assunto são os eventos da Apple, raramente se trata apenas de celulares.

A companhia já utilizou em outros momentos o seu lançamento pré-feriado para divulgar novas atualizações dos seus iPads, smartwatches e aprimorando serviços populares como o streaming AppleTV+ — apesar de que ela fez muito disso em outro evento no mês passado.

Isso não encerrou o rumor especulando sobre novidades em outros produtos, incluindo óculos de realidade aumentada, um novo assistente pessoal e até em fones de ouvido sem fio.

Ben Stanton, da Canalys, também mencionou a possibilidade de a Apple anunciar “AirTags”, um novo produto cogitado que consistiria em um dispositivo que permitiria encontrar objetos de valor perdidos.

“Uma coisa é certa. A Apple novamente mostrará as melhores práticas para os eventos virtuais, estabelecendo um novo padrão para a indústria seguir”, acrescentou.

Fonte: CNN

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