Vereadores debatem risco de disseminação de variante em réveillon da Prefeitura de Manaus

Por Portal do Parente

O risco de aumento de casos de Covid-19 causado pela disseminação da variante Ômicron durante os eventos de fim de ano na capital amazonense foi tema de debate na Câmara Municipal de Manaus (CMM) durante sessão desta segunda-feira (29).

O vereador Sassá da Construção Civil (PT) defendeu a realização do réveillon anunciado pela Prefeitura, já que muitos profissionais do setor de eventos, um dos mais prejudicados pela pandemia, dependem dos serviços para garantir a subsistência familiar.

No entanto, o vereador declarou que “será o primeiro a pedir o cancelamento da festa” caso a entrada da nova variante no Amazonas seja confirmada até o dia 20 de dezembro.

Durante o discurso na tribuna, Sassá criticou a tentativa de parlamentares de proibir o réveillon 2022 por meio de ações judiciais.

“Acho que cada vereador tem direito de entrar na justiça, criticar, mas temos que ter cuidados com o que vamos fazer. Tem evento na Ponta Negra? Então vamos obrigar as pessoas a apresentar carteira de vacinação. Muitos colegas dependem do trabalho. Os shoppings estão lotados, muitos tomaram vacina”, exemplificou. “Entraram com um pedido no Ministério Público contra um evento que ainda não aconteceu”.

Sassá referiu-se a iniciativas do vereador Rodrigo Guedes (PSC), que chamou a atenção para as despesas das festas que serão custeadas pela Prefeitura enquanto as Organizações da Sociedade Civil (OSCs) sofrem com a falta de recursos do Executivo municipal.

“É o caso do Grupo de Apoio à Criança com Câncer (GACC). Vamos falar de forma bem clara: nos anos anteriores nem existia Covid-19. Uma cidade cheia de problemas e anunciam réveillon de R$ 10 milhões. Estou cobrando recursos para as OSCs, que estão num vácuo de atuação do poder público“, ponderou.

Transparência

Guedes retomou as críticas contra a falta de transparência do poder público na divulgação de informações sobre o evento.

“Foi anunciado que serão gastos R$ 2 milhões. Essa informação não está no portal da ManausCult, no Portal da Transparência e nem no Diário Oficial do Município“, argumentou.

Líder do prefeito David Almeida (Avante) na CMM, Marcelo Serafim (PSB) informou que as atrações do réveillon 2022 ainda estão sendo definidas e, portanto, não seria possível divulgar o total das despesas.

Antes do pronunciamento de Guedes, o vereador William Alemão (Cidadania) citou, com base em dados no Portal da Transparência, uma tabela comparativa sobre os custos gerados pela festa em administrações anteriores.

“Em 2018, o réveillon custou R$ 7,5 milhões. No ano seguinte, R$ 5,2 milhões. Em 2021 será de R$ 2,7 milhões”, disse. “Se existe transparência nas contas e não há aumento de casos de Covid-19, acredito que o povo de Manaus mereça um réveillon para entrar 2022 de alma lavada“.

Já o vereador Diego Afonso (PSL) afirmou que é necessário acompanhar as conclusões dos especialistas e possíveis efeitos da nova cepa, identificada na África do Sul, na saúde pública e na economia local.

Houve alarde parecido no caso da variante delta, e a vacinação superou a variante. É preciso ter acesso a dados claros. Essa nova variante parece ser muito mais poderosa. Estamos diante de um impacto econômico dramático e precisamos evitar isso”, disse Afonso.

 

Fonte: Daniel Amorim

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