Há um ano, trabalhadores tomavam as ruas de Manaus contra o fechamento do comércio

Trabalhadores do setor do comércio promoveram protesto nas ruas do centro de Manaus em dezembro de 2020 (Foto: Roberto Peres)

MANAUS – Foi em uma manhã de sábado que milhares de trabalhadores do Comércio tomaram as ruas do Centro de Manaus há um ano em protesto contra a suspensão dos serviços do setor no estado. O Governo do Amazonas já havia identificado a alta no número de casos e mortes por Covid-19 e tentava restringir as atividades para evitar o caos.

O Decreto nº 43.234/2020 estabelecia as novas medidas para o  enfretamento à Covid-19 no estado, entre elas, a suspensão do funcionamento de todos os estabelecimentos comerciais e serviços não essenciais e destinados à recreação e lazer no período de 26 de dezembro de 2020 a 10 de janeiro de 2021.

O decreto estadual com as restrições para o enfrentamento à Covid-19 suspendeu a comercialização de produtos por vendedores ambulantes, os chamados camelôs. Dias antes, em 24 de dezembro de 2020, véspera do Natal, o Centro de Manaus e os shoppings centers registraram alta movimentação de pessoas.

O governo também havia proibido o funcionamento de todas as boates, casas de shows, flutuantes, casas de eventos e de recepções, salões de festas, parques de diversão, circos e estabelecimentos similares. Os bares não puderam abrir, com exceção daqueles registrados como restaurante, que puderam funcionar na modalidade delivery, drive-thru e coleta.

Naquela manhã do dia 26 de dezembro de 2020, manifestantes levantavam cartazes pedindo a revogação do decreto, gritavam palavras de ordem, como “queremos trabalhar”, e cantavam o hino nacional brasileiro. Eles também bloquearam trechos de algumas ruas, como a Avenida 7 de Setembro e a Avenida Eduardo Ribeiro.

Policiais militares estiveram no local desde as primeiras horas do dia para fiscalizar o cumprimento do decreto governamental. Apesar de o decreto ter sido publicado na quarta-feira, 23, trabalhadores e clientes ainda compareceram nos locais de maior concentração comercial da capital amazonense na manhã daquele dia.

O então comandante da Polícia Militar do Amazonas, Ayrton Norte, tentou conversar com os manifestantes, mas eles se recusaram a deixar o local.

Em razão da pressão dos trabalhadores do comércio, o decreto estadual que suspendeu as atividades do setor foi revogado. Nas semanas seguintes, após as festas de fim de ano, Manaus se tornou o epicentro da segunda onda da Covid-19, com o colapso do sistema de saúde, falta de leitos e de oxigênio

Veja o vídeo em que milhares de pessoas caminham pela Avenida Eduardo Ribeiro:

Neste ano, as atividades do setor foram autorizadas pelo Decreto nº 44.872, de 19 de novembro de 2021. Nos dias que antecederam o Natal, o Centro de Manaus e os shoppings também registraram movimentação intensa de pessoas que compravam roupas, artigos natalinos e outros presentes.

Diferente de 2020, em que a vacina contra a Covid-19 ainda não estava disponível para a população, neste ano, 79,38 % da população vacinável de Manaus está com o esquema vacinal completo. Além disso, o número diário de novos casos na capital está estável, alcançando 22 na quinta-feira (23), 8 na sexta-feira (24) e 11 casos no sábado (25).

Apesar dos números baixos, a FVS (Fundação de Vigilância em Saúde) recomenda o uso da máscara de proteção facial, manter a distância entre as pessoas, lavagens das mãos com água e sabão ou a utilização de álcool em gel e a adesão à imunização realizada na Campanha Nacional de Vacinação contra a Covid-19.

FONTE: AMAZONAS ATUAL

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