No segundo dia das Paralimpíadas de Paris, o atletismo fez chover em gotas douradas a tarde da capital francesa para o Brasil, com o tricampeonato paralímpico de Petrúcio Ferreira, nos 100m rasos, classe T47, para atletas com transtorno do movimento de baixo grau a grau moderado em um dos braços ou com ausência de membros, e para Ricardo Mendonça, na classe T37, para atletas com transtorno do movimento e falta de coordenação motora de grau moderado em um dos lados do corpo.
Petrúcio conquistou o ouro com o tempo de 10s68, melhor marca dele na temporada, e vibrou com o feito, revelando também a cobrança pela manutenção de resultados que o consagraram até aqui.
Este ano estou numa briga interna com meu corpo. Muita cobrança no meu dia a dia. Estou mostrando de onde o Petrúcio veio. Minha esposa, que está em casa me assistindo, sabe de tudo. Essa pessoa é maravilhosa para mim. É muita emoção. Estar vivendo tudo isso. Estou muito grato por tudo e por todos. Petrúcio está aí conquistando o mundo”, disse, em entrevista ao Sportv.
Já na prova dos 100 metros na classe T37, o fluminense Ricardo Gomes de Mendonça, de 34 anos, foi ouro também, o primeiro dele em Paralimpíadas – tinha um bronze em Tóquio 2020. Ricardo fechou a prova com 11s07. Outros dois brasileiros também foram bem: Christian Gabriel Luiz ficou em quarto e Edson Cavalcante, em quinto.
Ricardo sofreu um acidente em 2014 que deixou sequelas no braço e perna direitos. Ele começou no esporte paralímpico apenas em 2019 e, em 2021, passou a treinar no CT Paralímpico, em São Paulo. A classe T37 é para atletas com transtorno do movimento e falta de coordenação motora de grau moderado em um dos lados do corpo.
– Depois de um acidente que mudou minha vida, sou campeão paralímpico – emendou antes de assistir ao ouro de Petrúcio e ambos comemorarem e dançarem juntos na pista do Stade de France.
SUBIMOS NO QUADRO DE MEDALHAS!
Com as conquistas recentes dos nossos atletas, o Brasil sobe para a terceira colocação no quadro de medalhas das Paralimpíadas de Paris, com quatro medalhas de ouro, uma de prata e cinco de bronze, totalizando 10 medalhas conquistadas. Tudo em dois dias de Paralimpíada, que ainda não para por aí, mas tem expectativa de fazer o país se tornar uma das maiores potências paralímpicas do planeta.
*Com colaboração do GE
Foto de capa: Lorena Dillon/AFP