Os empresários Vagner Santos Moitinho, pai do vereador Lucas Souza Moitinho (União Brasil), Cesar de Jesus Gloria Albuquerque e Erick Pinto Saraiva foram presos nesta terça-feira (20), na chegada ao Aeroporto Internacional de Brasília, carregando uma mala com dinheiro vivo, estimado em R$ 1,2 milhão.
Ao justificar os valores e a necessidade de carregar tamanho montante na mala, Moitinho e demais colegas diziam trabalhar para uma empresa que prestava consultorias a prefeituras de cidades do interior do Amazonas, em especial o município de Coari. Além disso, afirmaram também que estavam em deslocamento para o estado de Goiás, onde iriam adquiri materiais para as respectivas pessoas jurídicas.
Todavia, a investigação da Polícia Federal se deu conta de que se tratava de uma empresa de fachada, utilizada para lavar dinheiro público e firmar contratos públicos para obtenção das verbas auferidas.
Segundo informações da Revista Cenarium, os empresários são sócios de companhias que possuem uma ampla lista de atividades registradas junto à Receita Federal. Já a Polícia Federal afirmou que os relatos fornecidos pelos passageiros continham inconsistências.

Para a PF, o grupo de empresários mantinha conexões políticas com agentes do Executivo de cada município, e viram na Marcha Em Favor dos Municípios, evento da CNM que ocorreu em Brasília com vários prefeitos, a oportunidade para realizar um possível pagamento irregular a determinados agentes dos municípios amazonenses que ali participariam.
Parentescos e conexões
Vágner Santos Moitinho, pai de Lucas Souza Moitinho, doou cerca de R$ 1 mil para a campanha de seu filho através da empresa investigada pela PF. Outro detido, o empresário César de Jesus Glória Albuquerque, aparece como doador da mesma campanha para o pleito de 2024.
O terceiro empresário preso, Erick Pinto Saraiva, é dono da Saraiva Comércio de Confecção Ltda, que recebei cerca de R$ 65 mil da campanha do atual prefeito de Itacoatiara, Mário Abrahim. Posteriormente, o diretório municipal do Republicanos no município teria repassado cerca de R$ 29 mil a Erick.
Decisão final do TJDFT
O TJDFT converteu a prisão em flagrante dos empresários para prisão preventiva, com o agravante de que a quantia em dinheiro em posse dos mesmos não fora declarada. Além disso, ratificou a gravidade dos fatos apresentados e a repercussão social negativa das condutas a eles imputadas. O caso ainda será investigado a fundo pela PF para saber quais agentes seriam beneficiados.