Argentina anuncia fim de controle cambial; dólar flutuará entre 1.000 e 1.400 pesos

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Peso argentino e dólar (Foto: Erica Canepa/Bloomberg)
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A Argentina decidiu eliminar a maior parte dos controles cambiais e permitir que o peso flutue dentro de faixas estabelecidas, após o governo do presidente Javier Milei anunciar a obtenção de um empréstimo do Fundo Monetário Internacional (FMI) para este ano.

Nesta sexta-feira (11), o banco central do país informou que permitirá que o peso seja negociado em uma faixa de 1.000 a 1.400 pesos por dólar, encerrando efetivamente o sistema de “cepo cambial” que estava em vigor.

Essa mudança pode exigir que o banco central venda dólares de suas reservas, que serão aumentadas por um desembolso de US$ 15 bilhões de fundos do FMI, representando 75% do total do programa aprovado pelo credor com sede em Washington.

As autoridades também anunciaram o fim do limite de US$ 200 para a compra de dólares por indivíduos, além de permitir que empresas enviem alguns dividendos para o exterior.

Essa decisão ocorre horas antes de o FMI anunciar um novo acordo de US$ 20 bilhões com a Argentina para os próximos quatro anos. O ministro da Economia, Luis Caputo, afirmou que esses fundos aumentarão imediatamente as reservas do banco central.

Oficialmente, a Argentina planeja utilizar o financiamento do FMI para quitar dívidas que o Tesouro do país deve ao banco central, bem como para amortizações de principal que o governo deve pagar ao FMI nos próximos quatro anos, a partir do programa anterior iniciado em 2022, conforme um decreto publicado em 10 de março.

Mais recursos do FMI são esperados para ajudar na recuperação econômica da Argentina, que enfrentou uma contração por dois anos consecutivos.

Analistas projetam um crescimento econômico de 5% em 2025, acompanhado de uma inflação anual de 27,5%, após quase atingir 300% no primeiro ano de Milei no cargo, segundo a pesquisa mais recente do banco central com economistas.

Os investidores têm demonstrado preocupação com a possibilidade de que um acordo com o FMI force Milei a desvalorizar a moeda pela segunda vez desde que assumiu o cargo.

Na expectativa do acordo, os traders apostaram que o peso nos mercados oficiais cairia cerca de 10% em relação ao dólar até o final de abril, uma taxa que excede o ritmo de 1% ao mês pelo qual as autoridades permitiram que a moeda se desvalorizasse.

As autoridades controlaram a taxa de desvalorização do peso, permitindo que ele se desvalorizasse a um ritmo de 1% ao mês, significativamente inferior à inflação. Muitos consideram essa política insustentável, alertando que ela torna as empresas argentinas menos competitivas no comércio e aumenta os custos para os turistas.

Nos mercados paralelos, onde os locais contornam os controles cambiais, o peso foi negociado recentemente a 1.341 por dólar, de acordo com dados de preços compilados pela Bloomberg.

 

Fonte: Infomoney

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