A crise institucional que atinge a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) ganhou um novo capítulo nesta sexta-feira (16), quando o ex-presidente Ednaldo Rodrigues entrou com um pedido no Supremo Tribunal Federal (STF) para suspender as eleições convocadas para o próximo dia 25, que definirão um novo mandatário para a entidade máxima do futebol brasileiro.
A solicitação foi encaminhada ao ministro Gilmar Mendes, relator do caso, e ocorre um dia após o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) determinar o afastamento de Ednaldo do cargo. A decisão foi tomada pelo desembargador Gabriel de Oliveira Zefiro, com base em uma denúncia de falsificação de assinatura no acordo que havia sido homologado pelo STF no início do ano, com o objetivo de encerrar disputas judiciais pelo controle da CBF.
A acusação envolve a suposta falsificação da assinatura de Antônio Carlos Nunes de Lima, ex-vice-presidente da CBF, em documentos que teriam viabilizado judicialmente a permanência de Ednaldo à frente da entidade. Com a anulação do acordo, a direção da CBF passou para as mãos do vice-presidente Fernando Sarney, que rapidamente anunciou a realização de novas eleições.
No entanto, a defesa de Ednaldo contesta a legalidade do pleito. No recurso apresentado ao STF, os advogados argumentam que o julgamento definitivo sobre a legalidade dos acordos firmados entre o Ministério Público e entidades esportivas está marcado para o dia 28 de maio — apenas três dias após a data prevista para a eleição. Para a defesa, realizar o pleito antes da decisão do Supremo representa um risco institucional.
“A realização de novo pleito apenas três dias antes do julgamento definitivo desta Corte representa, portanto, não apenas afronta à autoridade jurisdicional do Supremo Tribunal Federal, mas sobretudo grave risco de nulidade superveniente, com consequências institucionais irreparáveis”, afirmaram os advogados.
A defesa também pede que o STF reavalie a liminar que afastou Ednaldo Rodrigues do comando da entidade, reiterando que a decisão de Gilmar Mendes, ao homologar o acordo no início do ano, conferia segurança jurídica ao processo de pacificação interna da CBF.
O ministro Gilmar Mendes, no entanto, ainda não definiu uma data para decidir sobre o novo pedido. O impasse se agrava diante da proximidade das eleições e da instabilidade política dentro da instituição.
A CBF vive um momento de tensão, com federações estaduais divididas e incertezas sobre o futuro da presidência. O imbróglio pode afetar não apenas a governança da entidade, mas também compromissos com patrocinadores, negociações comerciais e a preparação das seleções brasileiras para compromissos internacionais.
Se Gilmar Mendes acatar o pedido de suspensão, o processo eleitoral previsto para o dia 25 será adiado até que o STF decida, em caráter definitivo, sobre a legalidade dos acordos que sustentaram a última eleição de Ednaldo Rodrigues.
Fonte: Agência Brasil