O Ministério Público do Amazonas (MPE-AM) deu início na manhã desta segunda-feira (15) a operação “Cachoeira Limpa”, que tem como objetivo levantar provas de crimes de fraude à licitação, peculato, lavagem de dinheiro nos cofres públicos de Presidente Figueiredo durante a gestão do ex-prefeito Romeiro José Costeira Mendonça, entre 2017 e 2020. Estão sendo cumpridos 13 mandados de busca e apreensão e 12 de buscas pessoais, nas cidades de Presidente Figueiredo, Parintins e Manaus, contando com um contingente de aproximadamente 80 policiais.
Segundo a operação, o prejuízo estimado estaria em torno de R$ 23 milhões, e teria alvos como o deputado Saullo Vianna, o então vice-prefeito Mário Jorge Bulbol, o hoje vereador de Manaus Jander Lobato, além do seu irmão, Jender Lobato, presidente do Caprichoso, entre outros servidores públicos, bem como vários empresários que, mediante ajuste prévio, teriam combinado de frustrar ou fraudar o caráter competitivo de vários procedimentos licitatório, com o intuito de enriquecer ilicitamente.

Segundo o MP, para dissimular o desvio do dinheiro público, os suspeitos teriam instituído ou adquirido em Manaus, diversas pessoas jurídicas, que seriam controladas por Saullo Vianna, à época cunhado de Mário Bulbol, que teria se valido de laranjas para construção do quadro societário.
Pedidos de prisões
O Ministério Público requereu ainda a prisão do Deputado Estadual Saullo Viana, do ex-prefeito, do ex-vice-prefeito, do Secretário Municipal de Finanças, do Presidente da CPLs e dos empresários Rosedilse de Souza Dantas, sócia da empresa RAV Construções e Transporte, atual INCAS Construções; Márcio Frota Barroso, sócio da empresa Engefort Construções, atual Diretriz Engenharia; Paulo Sampaio da Silva, sócio da empresa Amsterdam/SVX Serviços, atual Porto Serviços Profissionais, da qual o Deputado Saullo Viana atuava procurador, em substituição a sua genitora (Célia Viana), entre outros. Ministério Público também requereu o afastamento do cargo do Deputado Estadual, mas a justiça negou os pedidos.
Conforme o MP, os relatórios financeiros obtidos a partir da medida cautelar de quebra do sigilo bancário deferida pela Justiça revelam relação financeira suspeita entre as empresas que participaram dos mesmos certames licitatórios em Presidente Figueiredo, aponta parecer uma conta única, onde umas pagam as contas das outras e, não só, todas elas pagam as contas pessoas do Deputado Saullo Viana e de sua mãe.
O início das atividades ilícitas teria tido início na cidade de Parintins no ano de 2010 e já foi capaz de eleger um deputado estadual e um vereador na cidade de Manaus, conforme apuração do Ministério Público. As investigações do GAECO estão na fase final e logo serão remetidas ao Poder Judiciário.